

ÊNIO GONÇALVES
Porto Alegre, 28 de agosto de 1943
São Paulo, 5 de outubro de 2013
Ênio foi o primeiro a tomar contato com este texto. O primeiro a apreciá-lo. O primeiro a pensar em tirá-lo do papel e colocá-lo no palco.
Existe um elemento "alma" no nome Ênio que se traduz como "a essência", "aquilo que impulsiona". Podemos até não acreditar no significado dos nomes, mas desta vez temos que concordar. Foi ele quem impulsionou a materialização deste espetáculo. Foi ele que, na Companhia de Teatro ENCENA, dirigiu a primeira leitura dramática. As reações e comentários, após a leitura, foram como sementes plantadas nos corações das pessoas envolvidas.
Demorou-se para tomar uma decisão. Os inúmeros projetos de patrocínio deram em nada, mas não nos abatemos por isso.
Então, o ENCENA, resolveu assumir a produção. Ênio foi convidado a dirigir. Prontamente aceitou e começou a criá-lo em sua mente. Ficamos felizes. Começaram as leituras e estudos sobre o texto.
Ênio estava adoecido. Trabalhamos à espera de sua melhora.
Que não veio.
Os deuses do teatro o queriam em seu tablado.
E ele se foi.
Ficamos entristecidos, mas a essência do seu desejo se fortaleceu em nós. Perderamos o amigo e mentor, mas não perderamos seus objetivos e anseios.
Amigo, este espetáculo nasceu do teu impulso.
Está no coração de todos os envolvidos em sua montagem.
Querido amigo, do palco e da vida, este espetáculo é todo teu.
É nosso réquiem para você. "Requiescat in pace"!
E receba o nosso aplauso.
De pé!

