Ainda que se trate de um tema espinhoso é, no entanto, imperioso que ele seja discutido pela sociedade. No mais das vezes é varrido para debaixo do tapete, como se sua importância fosse irrelevante. Quem sofreu abuso sexual na infância carrega, para sempre, as marcas profundas dessa experiência. A criança violada na sua inocência carrega dentro de si o medo e a culpa, tornando-se um adulto de alma torturada, muitas vezes em desajuste com a sociedade, com dificuldades de relacionamento e falta de plenitude nas relações sexuais e afetivas. É uma doença crônica da alma que a pessoa esconde, mascara, mas dela não se livra. Poucas são as pessoas que abrem essa janela para o mundo e quando o fazem, muitas vezes preferem não tê-lo feito.

 

A sociedade ainda é cruel com o violado. Não raro, ele é visto com suspeitas e acusado de ter provocado a situação, como se houvesse culpa numa criança por ela ser bonita, frágil, precoce ou simplesmente ser criança. Além de vilipendiado em sua inocência, é culpado por sua desgraça. Discutir esse tema, mais do que nunca, é necessário e mostrar as profundas marcas deixadas na alma do abusado é o que mostra o texto tema desse projeto. 

 

 

“Levá-lo à cena é um minúsculo passo para que a sociedade olhe com mais cuidado para essa serpente que passeia sorrateira pelos calcanhares das famílias e instituições e desaparece na calada da noite deixando atrás de si o veneno cruel de sua picada.”  (Orias Elias).

 

 

Eis os corajosos:

 

 

Cadu Camargo

"Crê e suportarás todas as chagas do mundo..."

Cristian Mazzetti

"Não sou pedófilo! Sei quem sou, o que sou e o que faço..."

Walter Lins

"Se somos feitos para a caridade, por que tanta ostentação..."